= 3ª intriga A MORTE SORRIU PRA MIM=







































CELINE SATÃ NÃO SOBREVIVEU AOS MALDITOS =27= MORREU DE OVERDOSE NA NOITE DO SEU ANIVERSÁRIO E FOI AMALDIÇOADA À REGRESSAR AO SEU ANTIGO APÊ  NA NOITE DE SUA MORTE, JÁ FAZ TRES ANOS QUE BRUNO BARATA, SEU MELHOR AMIGO, É OBRIGADO À RECEBER O FANTASMA DE CELINE, ELES BEBEM, FUMAM E TROCAM IDÉIA ATÉ O AMANHECER MAS NESSA NOITE, BARATA DECIDE LAVAR TODA A ROUPA SUJA E REVIRAR O PASSADO DE CELINE, É QUANDO TODAS AS VERDADES SÃO DITAS.

-- TRECHO DO LIVRO--

              (...)
– Eu não sei nada sobre você Celine.
– Nem minha mãe adotiva me conhecia tanto...tá vendo, tava na cara que eu ia morrer cedo, minha mãe biológica morreu também com a mesma idade, malditos vinte e sete.
 – Taí um assunto que eu gostaria de saber Celine, sua mãe biológica, nunca perguntei nem nunca ouvi você falar...
– Verdade. Nunca falei dela mesmo, nem com você nem com ninguém, mas agora não faz diferença, não me importo mais com isso, até porque imaginava que quando minha hora chegasse nós duas nos encontraríamos e passaríamos horas juntas, pintando as unhas e descolorindo os pelos das pernas, amarga ilusão.
– E você nunca encontrou ninguém Celine?
– Ninguém, triste não é? Sempre que pensava na morte imaginava um lugar onde a gente pudesse ficar dançando o tempo todo, tipo um baile que não acaba nunca, uma noite eterna saca! Uns negões de terno cintilante cantando Blues, cantoras de reggae, todo mundo num lance bem legalize, e as caixas de som então barata? Seriam as caixas de um Dub, Orange Box, e quanto mais a gente dançava, mais a gente se esquecia de toda essa merda aqui da terra, das guerras, da fome, então a gente viraria música de tanto suar...bonito né? Podia ser assim o outro lado, não podia?
Barata parece emocionado:
– Podia, podia sim.
– Mas voltando no assunto, pouco sei sobre minha mãe biológica, o que sei sobre ela eu li num jornal que a diretora do orfanato guardou da época, soube disso garota, minha mãe adotiva me deu a matéria, tinha uns sete, oito anos eu acho, ela chegou e deu o jornal, “tó, leia, foi isso o que aconteceu” ela disse “foi assim que você veio ao mundo”.
– E o que tava escrito no tal jornal?
– Essa mulher aí, Viola, era seu nome, bonito né, Viola? Nome de preta, porisso que sempre tive essa batucada de escola de samba dentro de mim eu acho. Ela era cantora em um bar de Santo Amaro, isso eu fui saber mais tarde, Viola Lovelace era o nome que usava, jamais tive qualquer pista do seu repertório musical, aí até hoje eu fico imaginando, o que será que Viola Lovelace cantava? Só pela foto do jornal não dava pra saber, mas parecia ser um tipão bem Billie Holiday sabe, vestido de gala, flores no cabelo. Pois bem, Viola Lovelace reagiu a um assalto, uns caras numa moto à abordaram perto da boate, ela tava sentada na calçada ajeitando os sapatos numa rua escura, ela tava de nove meses também, levou um tiro na cara e morreu...Foi assim que eu nasci, amaldiçoada já, ninguém esperava que eu fosse sair de dentro dela com vida, até para os médicos eu fui um milagre.
– Você nunca falou sobre isso mesmo Celine.
– Não é o tipo de coisa que você sai anunciando poraí né Barata! E o pior de tudo você não sabe, quem deu o tiro foi um policial, a maior zica, apareceu em todos os jornais da época.
– Nossa que bad, foi aí é que veio o orfanato?
– Exato, fiquei uns três anos por lá até ser posta pra adoção.
– E o cara? O cara que deu o disparo?
– Uma hora dessas, o gambé deve tá solto, Brasil né Barata, sabe como é, nenhum crime aqui é suficiente pro cara apodrecer na cadeia.
– Aí surgiu sua outra mãe não foi? Foi aí que sua família adotiva apareceu.
– É aí eu fui resgatada pela famíla Addams, Stella sempre foi boa comigo, um anjo, mas eu nunca consegui chama-la de mãe, nunca, existia um abismo entre nós, se você perguntar agora mesmo se eu me lembro de um abraço seu, eu não saberei responder, existem mulheres que não nasceram com o dom da maternidade, são secas, não sabem o que é o amor, como podem amar uma criança? Ainda mais no meu caso que era na verdade uma filha postiça, a filha de uma desconhecida cantora de Santo Amaro.
– A família Addams que cuidou muito bem de você baby, já falei umas quinhentas vezes, mãe é quem cria!
– Eu sei...Não estou reclamando, só quis pontuar bem as coisas.
– Por falar em família Addams a senhora com esse vestidinho preto e esse pó de arroz na cara tá parecendo a Vandinha.
– Beleza pós-morten tá em alta nas passarelas baby e olha que eu to obesa perto dessas modeletes anoréxicas.
– Eu cago pra moda, pra essas modelos horrorosas e esqueléticas, quero que todo mundo vá tomá no cú.
– Você é um viado estranho Barata, porisso gosto de você...

(NA PÁGINA =VÍDEOS= TEM UNS TRECHOS DE UMA LEITURA)

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